O sotaque muitas vezes nos entrega. E, mesmo com muito esforço, em uma ou outra palavra a brasilidade vai acabar transparecendo quando falamos outro idioma.
Sotaque todo mundo tem, seja na sua língua materna ou falando uma língua estrangeira, mas o que fazer para pelo menos tentar falar como um nativo? O primeiro passo é reconhecer alguns dos erros mais comuns que cometemos. Aqui vão algumas dicas de como melhorar o seu sotaque e deixar o “embromation” de lado de uma vez por todas!
Em alguns lugares do Brasil, especialmente em São Paulo, de onde venho (e não quero generalizar o sotaque brasileiro, pois o nosso país é enorme!), temos a tendência de fazer um som de “tch” quando o T vem antes de um I.
Nunca vou me esquecer do namorado suíço de uma amiga que, ao aprender português, nos perguntou: “Vamos “tchodos”?”. Ninguém entendeu nada e ele tentou explicar: “Mas vocês falam “tchime” (time), “tchia” (tia), “tchijolo” (tijolo). Não é “tchodos”?”. Brincadeiras à parte, a verdade é que nós temos a tendência a acentuar esse som.
O som do T no inglês é feito com a boca mais fechada, como num sussurro. O mesmo acontece com outras consoantes em inglês, como D, G, P e S. Tente falar o too como se estivesse sussurrando.
Outro erro comum é não conseguir diferenciar as vogais duplas. Feet é pronunciado como um I mais longo (como se fosse “fiiit”) enquanto fit é curto e rápido. E não se esqueça de pronunciar um T limpo ao final, e não “fitchi”.
Ao falar o L, temos a tendência de substituí-lo por um U.
Will se transforma em “Wiu”, por exemplo. Ou até mesmo o nome do nosso país, Brazil, se torna “Braziu”.
A pronúncia do L do inglês é feita com a ponta da língua batendo no céu da boca e na parte de trás dos dentes da frente, como fazemos com a palavra lua.
Os verbos regulares conjugados no passado em inglês ganham a terminação -ed, como em stop – stopped. A pronúncia correta dessas palavras é com a vogal muda, como se fosse “stopd“ ou, no caso de passed, “passd”.
No português, nós falamos geralmente do jeito que escrevemos, pronunciando todas as letras. Por isso, muitas vezes ao falarmos inglês, levamos muito em consideração a forma como a palavra é escrita e esquecemos que os sons são ligeiramente diferentes do que lemos.
Todos nós já caímos na armadilha dos falsos amigos. Palavras que pensamos saber o significado, porque são semelhantes ao português, geralmente nos levam a cometer erros engraçados. Porém, na hora de adquirir fluência, o ideal é conhecer bem o idioma falado.
Actually não significa atualmente e sim na verdade; brave significa corajoso, e não bravo, como muitos podem pensar. Outro erro comum é com o famoso push, que é empurrar, e não puxar.
O som nasal é um assunto sobre o qual podemos falar bastante, mas vou ficar com estes dois exemplos, já que, no inglês, muitas palavras são terminadas em -ng, o que não é comum no português.
Em singing, sleeping e walking, o G é bem sútil, como o som nasal que geralmente fazemos ao pronunciar o sim. Portanto, você pode imaginar a pronúncia de singing como “sin-im”, ou sleeping como “sleepim”, caso isso torne a pronúncia mais fácil de entender.
Já quando a palavra tem um N ao final, como em men, tendemos a fazer o som do nosso sim, o que, neste caso, não está correto. O ideal é falar o N com a língua entre os dentes e o céu da boca, sem anasalar a vogal.
No fim das contas, sotaque não é necessariamente algo ruim, inclusive pode até ser muito charmoso. Mas podemos melhorar a pronúncia para nos comunicarmos de forma clara e eficiente, já que essa é uma das condições para se adquirir fluência total.
E, ao final de uma conversa, com certeza vai ser muito gratificante ouvir um “Your english is very good! Where are you really from?”